A pós-graduação em Cinema Documentário do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) Fundação Getúlio Vargas está com inscrições abertas. O curso, de cunho teórico e prático, oferece oportunidades de inserção no mercado e em pesquisas no meio acadêmico. Ministrado por documentaristas e professores que promovem reflexões críticas sobre o tema, ao término do programa de disciplinas os alunos são estimulados a produzir um audiovisual pronto a ser submetido para financiamento.
A coordenação acadêmica é de Eduardo Escorel, cineasta que, entre outros trabalhos, assinou a montagem de obras como "Terra em Transe" e "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro", de Glauber Rocha. Atuou ainda como docente na Escuela Internacional de Cine y TV, em Cuba, e assumiu cargos executivos na Embrafilme e na Associação Brasileira de Cineastas. O curso é voltado para graduados de todas as áreas do conhecimento que pretendem atuar profissionalmente como realizadores e pesquisadores de documentários. O início das aulas está previsto para abril. Mais informações no site www5.fgv.br/mgmrio.
Cineasta que começou a trabalhar no meio cinematográfico aos 20 anos como assistente de direção de Joaquim Pedro de Andrade em"O Padre e a Moça (1965). No ano seguinte, dirigiu com Júlio Bressane o documentário "Bethânia bem de Perto".
Nascido em São Paulo, em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro nos anos 1960, onde fez o curso de cinema promovido pela UNESCO e o Itamaraty e ministrado por Arne Sucksdorff em 1962 e graduou-se em ciências políticas e sociais na PUC.Para Joaquim Pedro, montou "Macunaíma" (1969), "Os Inconfidentes" (1971) e "Guerra Conjugal" (1974). Montou quatro filmes de Glauber Rocha "Terra em Transe" (1966) "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), "Der Leone Have Sept Cabeças" (1970) e "Cabeças Cortadas" (1970) - além de ter trabalhado com outros diretores do Cinema Novo, como Leon Hirszman, em "São Bernardo" (1971) e "Eles não Usam Black Tie (1981). Em 1969, dirigiu o documentário de curta-metragem "Visão de Juazeiro", e em 1976 fez seu primeiro longa, "Lição de Amor", inspirado em Mário de Andrade.
Como montador, atuou em diversos filmes de diferentes diretores e estilos, desde "Cabra Marcado para Morrer" (1984), de Eduardo Coutinho, a "Dois Perdidos numa Noite Suja (2002), de José Joffily.
Em 1980 dirigiu "Ato de Violência" (1980), baseado em uma história real, e em 1984, "O Cavalinho Azul", adaptação da peça infantil de Maria Clara Machado. A partir da década de 1990 deu novo fôlego à sua faceta de documentarista, com destaque para os filmes da trilogia histórica: "1930 - Tempo de Revolução" (1990), "32 - A Guerra Civil" (1993) e "35 - O Assalto ao Poder (2002).
Montou ainda "Achados e Perdidos" (2005), de José Joffily.Em 2005, voltou à direção, em parceria com Joffily, no documentário "Vocação do Poder", filme sobre a campanha eleitoral de seis candidatos a vereador no Rio de Janeiro. No mesmo ano, lançou o livro "Adivinhadores de Água", com crônicas e ensaios seus sobre o cinema. Em 2007, lançou o documentário "Deixa que Eu Falo", sobre a vida e obra do cineasta Leon Hirszman. Seus próximos projetos são (37-45), "Os Golpes do Estado Novo" e "Falo de Coração", que retrata formas alternativas de atuação política no sertão nordestino. Em 2008, recebeu o Prêmio ABC, da Associação Brasileira de Cinematografia, pela edição do longa "Santiago" (2007), de João Moreira Salles.